quinta-feira, 20 de outubro de 2016

MADA ( Mulheres que Amam Demais )

Hoje li um artigo que falava sobre o MADA - uma entidade criada para recuperar mulheres que possuem um relacionamento destrutivo. Curiosa, fui pesquisar mais sobre o assunto e vi algumas características que norteiam essas mulheres e uma me chamou muito a atenção: " são mulheres viciadas em dor."
Não estou aqui pra discutir a criação do órgão, pois considero importante que ele exista para dar suporte psicológico a essas mulheres. Meu questionamento está voltado para a denominação que se refere a " amar demais".
Amor não pode ser confundido com dor e sofrimento. Amor não pode fazer mal porque se assim o fizer, contradiz o próprio sentido da palavra tendo em vista que amor é coisa boa e do bem. Não fosse essa ideia que temos dele , suponho que nenhum de nós procuraria ou torceria pra vivê-lo. Se o sentimento que temos por alguém vem acompanhado de uma inquietação desgovernada e incômoda, se traz tanto sofrimento, me perdoem a franqueza, mas chamem isso de qualquer coisa, menos de amor , pois me é inconcebível um sentimento nobre e sublime causar tantos danos. Quem ama , ama. Não ama demais ou de menos. Amor não pode ser medido nem muito menos comparado pra que se chegue a um resultado de uma fórmula na qual se tem os que amam demais, os que amam pouco e os que amam na medida certa. Amor é amor e não podemos confundir isso com posse ou obsessão - que é o que me parece acontecer não somente com algumas mulheres , mas sim com algumas pessoas de uma forma geral , que transformam o ser amado em objeto de seu mundo imaginário. Amor não pode se tornar vício ou doença , por mais " bonitinho" que possa parecer dizer isso a alguém. Amor não é patologia. Amor é sentimento bom que traz alegria , arrepios gostosos , sensações prazerosas e muita paz.
Não estou aqui defendendo a ideia de que nas relações não haja divergências entre as pessoas. Estas são saudáveis até para que cada uma possa se acrescentar com uma nova visão sobre qualquer que seja o assunto discutido. Discussões são portais abertos para nosso amadurecimento. Mas as discussões não podem ser agressivas. Como podemos entender que alguém que se diz amar possa agredir e fazer sofrer quem ama? Isso é contraditório. Quem ama preza pela felicidade e bem estar do outro.
Portanto, peço que paremos pra refletir sobre esse tema e que questionemos até que ponto amamos, somos amados ou simplesmente estamos permitindo que nossas neuroses aflorem do nosso inconsciente para nossa realidade, ou estamos nos tornando vítimas das neuroses alheias.

Sonia Cavalcante

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